segunda-feira, 17 de junho de 2013

E por falar em leitura..Vamos entender o que é DISLEXIA.


“Dislexia é uma dificuldade de aprendizagem de origem neurológica. É caracterizada pela dificuldade com a fluência correta na leitura e por dificuldade na habilidade de decodificação e soletração. Essas dificuldades resultam tipicamente do déficit no componente fonológico da linguagem que é inesperado em relação a outras habilidades cognitivas consideradas na faixa etária .“

“Dislexia é um distúrbio específico de aprendizagem ....Esta definição identifica a dislexia como uma dificuldade específica de aprendizagem ao contrário dos termos mais gerais para distúrbios de aprendizagem. Enquanto esta categoria geral de dificuldade inclui uma grande variedade de distúrbios de audição, fala, leitura, escrita e matemática (USOE 1997), nós recomendamos (Fletcher et al., 2002; Lyon, 1995) que essa categoria deva ser descartada por ser um termo geral a esse distúrbio, quando se discute dificuldade de leitura. Sugerimos que se deve discutir distúrbio específico, definido em termos de domínio operacional coerente. Do ponto de vista epidemiológico, dificuldade de leitura, afeta pelo menos 80% da população. Isto constitui o mais prevalente tipo de distúrbio de aprendizagem.Como já foi dito antes Lyon (1995) é importante reconhecer que muitos indivíduos com dislexia têm também deficiência e comorbidades em outras áreas cognitivas e acadêmicas como v.g. : a atenção ( Schnkweiler, at al.,1995; B.A Shaywitz, Fletcher, & S.E.Shaywitz,1994), matemática ( Fletcher & Loveland, 1986 ) a soletração e expressão escrita (Lindamood, 1994; Moats,1994).Essas observações de comorbidades não vão ao encontro da especificidade da definição proposta da dislexia, mesmo porque características cognitivas como déficit de atenção e matemática são bem diferentes daquelas características de cognição, associadas ao déficit na habilidade básica para leitura.
A Avaliação para o Diagnóstico

Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes de um diagnóstico multidisciplinar, só indicam um distúrbio de aprendizagem, não confirmam a dislexia. E não pára por aí, os mesmos sintomas podem indicar outras situações, como lesões, síndromes e etc.
Então, como diagnosticar a dislexia?
*Identificado o problema de rendimento escolar ou sintomas isolados, que podem ser percebidos na escola ou mesmo em casa, deve se procurar ajuda especializada.
*Uma equipe multidisciplinar, formada por Neuropsicólogos, Fonoaudiólogos e Psicopedagogos deve iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como Neurologista, Oftalmologista e outros, conforme o caso.
*A equipe de profissionais deve verificar todas as possibilidades antes de confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia. É o que chamamos de avaliação multidisciplinar e de exclusão.
*Outros fatores deverão ser descartados, como déficit intelectual, disfunções ou deficiências auditivas e visuais, lesões cerebrais (congênitas e adquiridas), desordens afetivas anteriores ao processo de fracasso escolar (com constantes fracassos escolares o disléxico irá apresentar prejuízos emocionais, mas estes são consequências, não causa da dislexia).
*Neste processo ainda é muito importante:
-Tomar o parecer da escola, dos pais e levantar o histórico familiar e de evolução do paciente.
Essa avaliação não só identifica as causas das dificuldades apresentadas, assim como permite um encaminhamento adequado a cada caso, por meio de um relatório por escrito.
Sendo diagnosticada a dislexia, o encaminhamento orienta o acompanhamento consoante às particularidades de cada caso, o que permite que este seja mais eficaz e mais proveitoso, pois o profissional que assumir o caso não precisará de um tempo, para identificação do problema, bem como terá ainda acesso a pareceres importantes.
*Conhecendo as causas das dificuldades, o potencial e as individualidades do indivíduo, o profissional pode utilizar a linha que achar mais conveniente.
*Os resultados irão aparecer de forma consistente e progressiva. Ao contrário do que muitos pensam, o disléxico sempre contorna suas dificuldades, encontrando seu caminho. Ele responde bem a situações que possam ser associadas a vivências concretas e aos múltiplos sentidos. O disléxico também tem sua própria lógica, sendo muito importante o bom entrosamento entre profissional e paciente.
*Outro passo importante a ser dado é definir um programa em etapas e somente passar para a seguinte após confirmar que a anterior foi devidamente absorvida, sempre retomando as etapas anteriores. É o que chamamos de sistema multissensorial e cumulativo.
*Também é de extrema importância haver uma boa troca de informações, experiências e até sintonia dos procedimentos executados, entre profissional, escola e família.
Tratamento para Distúrbios Aprendizagem e Dislexia
A ABD(Associação Brasileira de Dislexia) atende em tratamento de pessoas que necessitam de um trabalho de intervenção seja ele de natureza diagnóstica com dislexia ou de interessados em apoio acadêmico, que foram avaliados pela ABD ou não. Este trabalho é realizado por equipe de profissionais especializados (psicopedagogos, pedagogos, neuropsicólogos, fonoaudiólogos) com experiência em distúrbios de aprendizagem e ênfase em Dislexia.
O tratamento de intervenção psicopedagógica com o portador de distúrbios de aprendizagem ou com o portador de dislexia, tem por finalidade dar suporte às atividades escolares; oferecer apoio pedagógico àqueles que necessitam desenvolver seu repertório acadêmico; iniciar o processo de autonomia de cada um para a vida prática e social; levar o aprendente a construir seu próprio aprendizado, sendo ele o próprio sujeito de seu conhecimento.
Chamamos de intervenção psicopedagógica porque é o “aprender a aprender”, uma educação para a vida. Para que isso aconteça, levamos em conta a realidade sócio-cultural de cada aprendente, pois é a partir de sua história que poderemos elaborar um projeto pedagógico adequado onde será respeitada a individualidade de cada um.
A terapia fonoaudiológica ou fonoterapia é uma sessão terapêutica onde são tratadas as alterações que aparecem em uma avaliação. Estas alterações podem ser na área da fala, linguagem (leitura e compreensão escrita) voz, audição,motricidade oral. Dificuldades nestas áreas podem ser decorrentes de: atraso de fala, distúrbios de linguagem, dislexia, déficit de atenção e outras. Para cada área, com dificuldade, são utilizados exercícios bem específicos.
Dependendo da idade do paciente são utilizados materiais lúdicos como computador, jogos, brinquedos para uma estimulação indireta ou exercícios direcionados, sendo uma terapia mais diretiva.
O fonoaudiólogo atua na minimização dos atrasos e dificuldades que poderão aparecer no aprendizado da leitura e escrita, prevenindo e reabilitando estes jovens que não conseguem ter acesso à linguagem escrita.

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